Meditação

A nossa própria prática de asanas (posturas), com o tempo e a repetição, se torna uma meditação ativa. Além de um dos principais objetivos da prática física ser o de conseguir sentar-se no chão com a coluna ereta para meditar de forma confortável. Tanto as posturas como a meditação estão nos oito passos descritos por Patanjali no Yoga sutra e fazem parte do caminho do yoga. São passos para ter uma vida mais equânime e consciente para atingir liberdade. 

O segundo sutra fala sobre o objetivo de o oga ser o aquietamento das oscilações da mente. Por isso, a nossa prática utiliza o corpo como instrumento para acessar camadas mais sutis, como a nossa mente e as emoções. E a partir disso trabalhar o autoconhecimento. Reconhecer o silêncio/paz que já somos. Em um mundo com tantos estímulos externos, o yoga é um convite para desenvolver um olhar interno sobre nós mesmos e reconhecermos quem realmente somos desvinculados dos nossos tantos papeis na sociedade. 

A mente está sempre ocupada e a sua natureza é a inquietação. Na Bhagavad Gita, Arjuna diz: “Krishna, a mente é agitação, um tirano muito bem estabelecido. Eu considero que é tão impossível controlá-la quanto o vento. A mente é a própria inquietação. A mente é entrincheirada, turbulenta e muito poderosa. Como, então, pode alguém sentar e meditar?”. A natureza da mente é como um filme em uma câmera; está sempre em movimento. Como o filme se move em uma certa velocidade, ele pode registrar o movimento. Todo o movimento tem muitas imagens, mas cada imagem é parada e sem movimento. Quando as imagens são rodadas a uma certa velocidade, elas nos dão a aparência de movimento. Isso indica que a imagem mental também muda para manter o movimento. A natureza mutante da mente é chamada de vrtti momentâneo. Um pensamento é chamado de vrtti em sânscrito.” (pág. 22/33, Meditação, Swami Dayananda Saraswati).

A mente pode ser bem canalizada direcionando-a para uma ocupação escolhida deliberadamente. Por exemplo, o canto de um mantra. Quando está entoando e de repente surge um pensamento, no que se refere ao processo de pensamento comum isso é natural. Enquanto estiver no processo de recitação do mantra este pensamento se torna uma distração em relação ao canto. É uma forma de tomar as rédeas dos pensamentos. É um treino que requer prática e disciplina. Qualquer coisa que não seja o que eu quero se torna uma distração. Toda vez que a mente vagar você a traz de volta. Quando você traz a mente de volta, você descobre um espaço dentro de você mesmo para examinar os tipos de pensamento que você tem durante diferentes pontos na sua vida. Assim, você pode escolher os padrões de pensamentos conscientemente e gradualmente trazer sua mente sob seu controle. (pág. 29).

Japa é a repetição de uma palavra ou frase curta, durante a prática da meditação. A sílaba já significa aquilo que põe um fim ao ciclo de nascimentos e mortes e a sílaba pa significa aquilo que remove ou destroi todas as impurezas e obstruções. Portanto, é um meio indireto para liberação, além de ser uma técnica para manter a mente direcionada por um período de tempo. Diferente dos pensamentos (que nos conectam com outros sucessivamente), o cântico é uma unidade completa em si mesmo e entre cânticos o intervalo pode ser reconhecido. É isso que chamamos de paz ou silêncio. (pág. 50 e 54). 

Ao se tornar consciente do intervalo entre pensamentos, adquire-se a capacidade de eliminar um pensamento em sua raiz. Por reconhecer que qualquer distração ou agitação é transitória, não ficamos enredados nelas. Uma mente que compreende isso adquire profundidade e tranquilidade.

Localização do Shala

Av. Mariland, 403 Sala 206 Auxiliadora / Porto Alegre
Ao lado do Hospital Militar

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